Vegetariano, ser ou não ser?

Nutricionista Christine Melcarne. Atendimento no Rio de Janeiro, em Consultórios em Botafogo e na Barra da Tijuca

Vegetariano, ser ou não ser?

janeiro 26, 2012 Saúde e Comportamento Saúde na mídia vegetarianismo 0
Faz algum tempo que não escrevo, férias das crianças, viagens, tudo isso tem me ocupado bastante,  mas consegui arrumar algum tempinho para  relaxar e falar do que eu adoro: nutrição.
Tenho percebido que algumas pessoas vêm se interessando bastante pela dieta vegetariana, ou por questões éticas, sociais, ecológicas ou mesmo por questões de saúde, sempre há um bom motivo. De fato a opção de reduzir ou até mesmo excluir a carne e seus derivados de nossos pratos possui vários fatores favoráveis: Essa mudança de estilo de vida contribui para a diminuição de doenças crônicas-degenerativa, câncer, preservação do ambiente  e diminuição da fome no mundo, sem falar da forma cruel como estes animais são abatidos.
Quase a metade da massa de terra do globo é usada como pasto para gado e outras criações. Só para se ter uma idéia, para que  1 kg de carne esteja  à sua mesa,  é necessário  43. 000 L de água e  7 kg de grãos para produção de ração animal.  
Mas a pergunta mais freqüente que me fazem, é sem dúvida sobre a questão nutricional. Será mesmo que a dieta vegetariana é deficiente em sua composição?
Primeiro temos que levar em consideração qual tipo de vegetarianismo você segue ou pretende seguir:

·         Vegetarianismo restrito onde se exclui qualquer alimento de origem animal.
Lactovegetarianismo que além de vegetais, inclui também leite e derivados.
Ovo-lacto-vegetarianismo que se assemelha ao lactovegetarianimso, porém se consome também ovos.
Crudivorismo, composta somente de alimentos crus, preferencialmente alimentos frescos, brotos, germinados, frutas, hortaliças e oleaginosas,

Frugivorismo que basicamente é composta de frutas e sementes oleaginosas.

·        Partindo do principio que quanto mais se diversifica os alimentos na refeição maior é a chance de se contemplar todos os nutrientes, podemos entender a grande preocupação dos nutricionistas por aqueles que resolvem adotar essas dietas sem informações prévias.
Mas vamos entender um pouco mais sobre essas carências… 
Apesar dessas dietas “aparentemente” apresentarem uma baixa disponibilidade de zinco, cobre, magnésio e selênio, grande parte dos estudos demonstram que o organismo de vegetarianos pode se adaptar para aumentar a absorção desses elementos.
Quanto ao ferro disponível  na carne, os vegetarianos de uma maneira geral não apresentam deficiência, pois as presença da vitamina C presente abundantemente na dieta vegetariana aumenta consideravelmente a absorção do ferro dos vegetais.
Em relação ao cálcio, através de vegetais verde-escuros, sementes e algas marinhas, os vegetarianos conseguem suprir sua carência.
Algumas pesquisas indicam deficiência de vitamina B12 em vegetarianos restritos, entretanto esses estudos não são conclusivos.  De qualquer forma um bom acompanhamento da dieta por um nutricionista, o consumo de algas marinhas (que são fontes desta vitamina) e exames periódicos, podem evitar essa conseqüência e outras que porventura uma dieta restritiva possa trazer.


Fonte: Tratado de Alimentação, Nutrição e Dietoterapia – Joana D`arc Pereira Mura, Sandra Maria Seabra da Silva Chemin