Síndrome de Ativação Mastocitária (MCAS): Entenda o que é e como lidar com os sintomas

Nutricionista Christine Melcarne. Atendimento no Rio de Janeiro, em Consultórios em Botafogo e na Barra da Tijuca

Síndrome de Ativação Mastocitária (MCAS): Entenda o que é e como lidar com os sintomas

dezembro 9, 2024 Síndrome de Ativação Mastocitária Alergias 0
Síndrome de Ativação Mastocitária

Imagine o alarme de incêndio da sua casa disparando quando não há fumaça nem fogo. Agora, imagine que isso acontece no seu corpo: células do sistema imunológico chamadas mastócitos acionam um alerta de emergência, mesmo sem uma ameaça real. Isso é o que acontece na Síndrome de Ativação Mastocitária (MCAS), uma condição que pode causar uma variedade de sintomas desconfortáveis e, em casos graves, até colocar a vida em risco.

MCAS pode ser desafiadora, mas com informações e estratégias corretas, é possível gerenciar seus sintomas e recuperar a qualidade de vida.

O que é a Síndrome de Ativação Mastocitária (MCAS)?

Os mastócitos são células imunológicas responsáveis por proteger nosso corpo contra ameaças como germes, vírus e alergias. Quando detectam algo perigoso, liberam substâncias como histamina para combater o invasor. Mas, na MCAS, os mastócitos começam a funcionar de forma descontrolada, enviando sinais de alerta mesmo sem um gatilho claro.

Essa ativação anormal pode causar episódios inexplicáveis de sintomas como:

  • Inchaço, especialmente no rosto e garganta.
  • Urticária ou coceira na pele.
  • Diarreia, vômito ou dor abdominal.
  • Falta de ar ou pressão no peito.
  • Confusão mental (a sensação de “mente nublada”).
  • Em casos graves, pode ocorrer anafilaxia, uma reação alérgica severa que exige atendimento médico imediato.

O que causa a MCAS?

Não se sabe exatamente o que faz os mastócitos se comportarem assim. Diferente das alergias tradicionais, onde um alimento ou substância desencadeia a reação, a MCAS pode surgir sem um gatilho específico. Estresse, mudanças climáticas ou até a combinação de fatores podem aumentar a probabilidade de episódios, mas não há uma regra clara.

Sintomas da MCAS

Os sintomas da MCAS podem afetar diferentes sistemas do corpo ao mesmo tempo, como:

  • Sistema nervoso: Confusão mental, dormência ou formigamento, dores de cabeça.
  • Sistema respiratório: Congestão nasal, falta de ar ou tosse crônica.
  • Sistema cardiovascular: Tontura, pressão arterial instável, frequência cardíaca acelerada.
  • Sistema digestivo: Dores abdominais, diarreia ou constipação.

Cada pessoa pode ter sintomas diferentes e em intensidades variadas, o que torna o diagnóstico ainda mais desafiador.

Como é viver com MCAS?

Conviver com a MCAS pode ser frustrante. Os sintomas surgem de forma inesperada, afetando a rotina e até mesmo a vida social. É comum que pessoas com MCAS evitem eventos sociais, refeições fora de casa ou viagens, temendo crises. Além disso, a sensação de não saber o que desencadeia os episódios pode gerar ansiedade e impacto emocional.

O que fazer durante uma crise?

Se os sintomas de uma crise forem leves, manter a calma e evitar possíveis gatilhos pode ajudar. No entanto, se os sintomas incluírem inchaço no rosto, dificuldade para respirar ou pressão arterial baixa, é necessário agir rapidamente:

  1. Use um injetor de epinefrina, se tiver um.
  2. Procure atendimento médico imediatamente.
  3. Informe amigos e familiares sobre sua condição, caso precise de ajuda em situações de emergência.

Como gerenciar a MCAS?

Embora a MCAS não tenha cura, é possível gerenciar os sintomas com mudanças na rotina e acompanhamento profissional. Aqui estão algumas dicas práticas:

  • Monitore seus sintomas: Manter um diário pode ajudar a identificar padrões e gatilhos. Anote o que comeu, onde estava e o que sentiu.
  • Adote uma dieta personalizada: Evite alimentos ricos em histamina, como queijos envelhecidos, vinho tinto e frutos do mar, mas procure orientação de um nutricionista para manter uma alimentação equilibrada.
  • Reduza o estresse: Práticas como meditação, yoga ou caminhadas podem ajudar a diminuir a frequência das crises.
  • Acompanhe com um especialista: O suporte médico é essencial para ajustar tratamentos e acompanhar a evolução da condição.

Considerações Finais

A Síndrome de Ativação Mastocitária (MCAS) é complexa, mas com o conhecimento certo e o acompanhamento adequado, é possível levar uma vida mais tranquila. Entender como seu corpo reage e adotar estratégias para evitar crises são passos importantes para melhorar sua qualidade de vida.

Se você foi diagnosticado com MCAS, a orientação de um nutricionista pode ser essencial para gerenciar os gatilhos alimentares e garantir uma dieta equilibrada, sem abrir mão do sabor e da saúde. Agende uma consulta para personalizar sua alimentação e reduzir os impactos da MCAS no seu dia a dia. 

Referências:

  • Valent, P., et al. (2019). “Mastocytosis and Mast Cell Activation Syndromes: Diagnostic and Therapeutic Guidelines.” Journal of Allergy and Clinical Immunology. Link
  • Afrin, L. B., et al. (2020). “Diagnosis of Mast Cell Activation Syndrome: A Global Consensus-2.” Annals of Allergy, Asthma & Immunology. Link
  • Carter, M. C., et al. (2021). “Management Strategies in Mast Cell Activation Disorders.” Clinical and Translational Allergy. Link

 

Christine Melcarne
Nutricionista Clínica Funcional
CRN 11100403