Eu realmente estou com fome ou é apenas apetite?

Era fome ou apetite ? Quantas vezes você comeu somente para passar o tempo vendo um filme, ou porque estava nervoso, ansioso, pela rotina, ou simplesmente para acompanhar alguém à mesa?

A fome é uma necessidade biológica vital, útil para nutrir nosso corpo com os nutrientes necessários para nos mantermos vivos. Já o apetite implica no desejo de comer por puro prazer.

A fome real, tenta satisfazer o estômago com o que encontra. O apetite é a busca de algo especifico, não necessariamente com a finalidade de nutrir. Assim como teu corpo dá sinais que você precisa dormir, fazer xixi, fazer cocô, beber água, etc. Ele também dá sinais para você se alimentar. Esses sinais conhecido como fome, nos dias de hoje, poucos de nós conhecemos

São diversos os fatores que vão estimular a sua vontade de comer. Cheiros, sabores, apresentação dos alimentos … Todas essas características estimulam nosso desejo de comer, o que é normal. Mas a vontade de comer não se restringe somente nas características, mas também ao nosso hábito, nossa rotina e comportamento. Aprender a diferenciar a fome do apetite é essencial para entender e controlar o quanto você come.

Como diferenciar a fome do apetite?

Costumo dizer aos meus pacientes que “Estar com fome é como estar apaixonado: se você não tem certeza, provavelmente não está.” (Genee Roth do livro: Liberte-se da fome emocional)

Então o primeiro passo é ter claro qual o seu objetivo.

Por que comemos … demais?

Porções muito grandes

A porção média da maioria das preparações alimentícias aumentou nos últimos anos entre ¼ e metade mais do que a porção básica.

Refeição consumida muito rapidamente

A sensação de saciedade está ligada a vários mecanismos neurofisiológicos, hormonais e neurotransmissores regulados por uma área específica do cérebro, o centro de saciedade, localizado no hipotálamo. Este centro de saciedade representa uma estratégia adaptativa pela qual o cérebro produz um sinal de parada, o que permite identificar o nível alimentar do que foi suficientemente ingerido. Esse sistema regulatório entra em ação 30/45 minutos após a ingestão de alimentos (tempo que, para nossos predecessores que se alimentavam de carne crua, frutas secas e tubérculos, exigia uma longa mastigação). 

Atualmente, nesses 30/45 minutos, o final da refeição está incluído e a sensação completa de saciedade não é alcançada, pois a dieta atual permite consumir em poucos minutos a energia que o corpo precisa e não permite enviar para o cérebro o sinal de saciedade.

Para que os primeiros sinais de saciedade cheguem ao cérebro, aproximadamente vinte minutos devem passar a partir do momento em que você começa a comer.

Você perde o controle da qualidade do que estamos comendo e da quantidade, para que não possamos evitar excessos; com consequências negativas também para digestão e absorção.

Reapropriar a técnica correta de mastigação é muito importante, lembre-se:

Mastigar lentamente pode ajudá-lo a comer menos.

Mastigar lentamente facilita a digestão e as características organolépticas dos alimentos são mais apreciadas.

Christine Melcarne
Nutricionista Clínica Funcional
CRN 11100403